segunda-feira, 26 de maio de 2008

Pronto... Já não havia nada a fazer... Será que Peter teria percebido o alcance do comentário da amiga? Será que ainda conseguiria emendar o comentário imprevisto?
Maria levantou-se com brusquidão e, pegando no cotovelo da amiga, guiou-a apressadamente até às toiletes.
Peter, de olhos arregalados, tentava perceber o que estava a acontecer. Your baby!?! Que diabos! Será que tinha compreendido bem? Marie tinha uma criança? E, nesse caso, será que seria seu filho e que por isso ela se mantivera afastada durante tanto tempo? E que seria por isso que iria partir para Lhasa?
Vou aguardar que regressem e tirar isso a limpo, pensou, ela não sairá daqui enquanto não me der uma explicação satisfatória.
Enquanto tentava arrumar a cabeça, um homem alto e de porte elegante entrava no restaurante. Também ele se procurava alguém e, após duas olhadelas indecisas, também ele se dirigiu para a mesa de Peter, num passo elástico e decidido, próprio de quem sabe bem ao que vai.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Marie arregalou os olhos. "Sarah... por favor não...
- How's your baby doing? Done a lot of shop already?
... fales sobre o bebé!", pensou Marie tardiamente para consigo.

sábado, 3 de maio de 2008

- Senta-te e bebe o teu chá. Melhor prevenir uma constipação. Falou de forma seca, porém cuidada. Pretendia dar uma imagem de uma personalidade reforçada pelos últimos meses de sofá terapêutico. - Tinha saudades tuas, penso que seja motivo mais do que suficiente para te querer ver.
- Não me parece que o seja, quando já não há nada a acrescentar. Marie mais uma vez pretendia reduzir a conversa ao essencial e acabar rapidamente com ela, antes que ele se apercebesse do seu estado de "graça". Riu-se interiormente com a expressão que lhe tinha vindo à cabeça. Surpreendida com o olhar directo de Peter viu-o prosseguir.
- Como sabes, nos últimos meses procurei encontrar-me comigo mesmo e penso ter obtido alguns resultados. Sei agora, sem qualquer tipo de dúvida, que o meu futuro é o nosso futuro.

Um silêncio incomodativo instalou-se. Marie, algo desconcertada, procurou refúgio no chá. Peter seguia os seus olhos procurando detectar neles alguma mensagem que o pudesse incentivar a continuar.

De repente, surgido do nada, alguém se dirige à mesa e cumprimenta.
- Hi Marie! So glad to see you here.