quarta-feira, 2 de abril de 2008

- Pára Marie, Pára! Escusas de te atormentar mais. Não és mulher para te entregares a um homem inseguro e dependente. Na tua vida sempre procuraste mais e melhor. Para quê te entregares a alguém tão imaturo e dócil!?! Chegarão os anos perdidos a aturar tamanhos caprichos e doentios ciúmes.

As respostas que o espelho lhe deu, acalmaram-na por magia. Questionava-se agora perante a necessidade sentida de ir a casa trocar de roupa. Pegou na sua camisola turquesa de tweed e calças de ganga. Não havia nada a conquistar, nem a alcançar. Ia apenas, durante um almoço que pretendia ser civilizado, dizer pessoalmente a Peter tudo aquilo que tinha escrito naquela carta que pensou ser decisiva. O louco, porém, insistia em acossá-la na sua cidade de adopção.


Vestiu a sua gabardina, ajeitou a sua longa e farta cabeleira ruiva e saiu do seu apartamento em Prince´s Gate, Kensington. Um apartamento herdado de sua mãe que lhe permitia ter um local de retiro entre viagens. Passou pela porta do Goethe Institute e caminhou na direcção do Metro. Voltava uma chuva miudinha incomodativa. Acelerou o passo, evitaria chegar atrasada.



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